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Presente de Natal: um mundo melhor!

Chegou dezembro! Mês de comprar presentes e mais coisas, e mais enfeites...

Passou o Black Friday, quando um monte de gente compra o que não precisa só por (parecer) estar barato e porque só tem assim naquele dia.

Todo ano a mesma loucura.

Não estou em casa neste momento. Com a rotina mudada, e um pouco de tempo de não-fazer-nada-que-seja-inadiável (que é o normal da minha vida), me permito ficar pensando. Tiro sempre um tempinho pra passear pela cidade que não é a minha. E que é linda, por sinal. E como eu não tenho internet fora de casa consigo ainda mais concentração! Vou pro centro, e ando... observando as pessoas, as paisagens, e... as lojas!

Gente, para! É loja demais nesse mundo!

Eu me pergunto: será que as pessoas precisam de tanta roupa? Tanto sapato*? Tanto acessório? Tanta coisa? E tanta loja pra comprar tanta coisa?

Tenho que admitir que não sou necessariamente desapegada, mas que tenho lutado herculamente contra essa minha tendência. Consegui vitórias. (E alguns fracassos, admito.) É uma luta heróica. O que tem me ajudado horrores é pensar nos danos que meu consumo faz ao planeta. Nas consequecias que ele traz a curto, médio e longo prazos, pros meus filhos, netos, e pra um monte de gente que nem conheço, mas que vai nascer já com a dívida que nós fizemos.

Penso no horroroso sistema produtivo em que somos obrigados a compactuar: danos ambientais, trabalho escravo ou pessimamente remunerado, falta de dignidade para os trabalhadores da cadeia produtiva, mais distruíção ambiental, lixo, energia combustível pra produzir, distribuir, levar e trazer mercadorias... é muita floresta sendo devastada, muito combustível fóssil sendo usado...

Ao mesmo tempo ontem fui tentar consertar um relógio meu que é o único relógio que gosto. Consertar, nada, queria só trocar a bateria!

Só consegui fazer em OUTRA CIDADE!

Reparem, eu amo meu relógio, ele está em ótimo estado, eu não queo jogar fora e comprar outro. Eu quero o meu relógio! E isso é muito mais díficil do que simplesmente substituí-lo.

É certo isso?

Pense bem...

Pense antes de comprar! Compre consciente! Compre com responsabilidade! Compre menos!

Há muito tempo me preocupo com a qualidade do que consumo, além principalmente da quantidade desse consumo. Além, como já contei de tentar consertar o que já tenho, evito grandes cadeias de lojas (muito difícil esse ponto) tentando sempre lojas de bairros, tento consumir o máximo de produtos feitos por produtores locais (tem sido muito fácil e divertido esse), com quem eu possa falar, sou amante incondicional de produtos artesanais, e já fiz amigos lindos e maravilhosos por causa disso. Também tento fazer boa parte dos presentes que dou. Acho bacana presentear alguém com seu tempo, seu trabalho, e seu talento, seja ele qual for: um bolo, um cartão, uma comida, um creme, uma plantinha...

E se nesse Natal, ao invez de comprar horrores, que tal abraçar a idéia de pequenos produtores locais? Lojas de bairro. Fazer seus presentes. Existem ótimas idéias por aí. Tem receitas de cosméticos que você pode fazer em casa. Tem bolinhos, biscoitos, conservas. Tem objetos fofos fáceis de fazer. Tem imprimir uma foto que vá tocar a pessoa. Escrever um cartão bacana... tem alternativas lindas, carinhosas, amorosas que são muito mais eco-friendly.

Se você escolher esse caminho aqui tem a campanha do Story of Stuff - Simplify the holidays and Gift outside de box (Simplifique suas férias e compre fora da caixa) - para um Natal com menos coisas e mais amor. Faça seu presente, e mande a foto pra lá também. Pegue inspiração com o que os outros estão fazendo. Os meus já estão!

Mas principalmente, temos que internamente nos convencer que "coisas" não nos definem, nem definem nosso amor por ninguém, nem nos fazem mais bonitos, charmosos e encantadores. Quem faz tudo isso é nossa postura na vida. E principalmente nos convercer que muita coisa traz mais problemas do que soluções. Demandam espaço e cuidados de quem possui. Porduzem lixo. Roubam o tempo (esse bem tão raro e precioso). Ter coisas demais traz mais trabalho do que felicidade. Eu to aqui todo dia fazendo esse execício. E estou cada dia mais forte, equilibrada e firme! É uma espécie de yoga da mente, que te traz flexibilidade, força e paz interior. Porque, sim, pode ser difícil a beça. Mas é libertador, e lindo. E vale tentar pela gente. E pelo planeta todo.

Pense nisso quando der aquele impulso louco de comprar mais, pense na necessidade de ter mais coisas. (Ah... e lembre de levar a bolsinha não descartável com você quando for comprar!)

Um beijo atento e forte!

Saúde!

PS1: Falando em sapatos, aqui um app pra baixar pro celular onde você pode saber mais sobre a origem do sapato que você compra. Campanha Change your shoes.

PS2: Receita de caixinha de origami pra embrulhar presentes pequenos: aqui

Fiz. Deu certo e ficou fofo!

PS3: Pra quem quiser se convencer ainda mais com boa literatura, estou lendo o livro "This changes everything - capitalism x the climate" ("Isso muda tudo: capitalismo x clima", ainda não traduzido pro português) da Naomi Klein, famosa jornalista que escreve sobre assuntos climáticos. Vale a leitura, vale essa reflexão boa!

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